Feijão-carioca deve continuar com preços salgados, segundo analistas

Semente produzida em larga escala no Brasil deve ter oferta normalizada em janeiro

16/08/2016

Feijão-carioca deve continuar com preços salgados, segundo analistas

Os dois vilões da inflação em julho — o feijão-carioca e o leite — ainda deverão pressionar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nos próximos meses, embora com menos intensidade, segundo analistas. Com relação à soja, que até junho acumulava alta de 50%, os preços já começaram a ceder.

No caso do feijão-carioca, houve excesso de chuvas no Paraná, enquanto em Minas Gerais foi a seca que fez a produção encolher. Com isso, a safra de três milhões de toneladas que era esperada para este ano será 20% menor, de 2,5 milhões de toneladas. “O feijão-carioca só é produzido em larga escala no Brasil. Portanto, não é possível importar”, diz Francisco Queiroz, analista da MBAgro, que acredita que a oferta só deve se normalizar em janeiro.

O agrônomo César de Castro Alves, analista da consultoria MBAgro, diz que a elevação do preço do leite em julho era esperada, já que o produto vinha numa tendência de alta, em razão da seca em algumas regiões do país, que prejudicara os pastos.

Além disso, observa, o milho e o sorgo, colhidos antes de secar para alimentar os animais na seca (a chamada silagem) foi de qualidade ruim. Os produtores tiveram, então, de recorrer à ração, mais cara, e o custo foi repassado ao leite. O leite longa vida, por exemplo, subiu 17,58% em julho, depois de alta de 10,16% de junho.

Castro Alves lembra ainda que, em 2015, o preço do leite estava muito baixo, e muitos produtores optaram por abater o gado para aproveitar o preço da arroba em alta, o que afetou a oferta do produto este ano. “A percepção é que o estoque de gado leiteiro diminuiu”, afirma.

Já em relação à soja, o preço subiu de R$ 62 em fevereiro para R$ 93 em junho, alta de mais de 50%. Em julho, o preço já recuara a R$ 74. “A safra que estamos colhendo agora é a menor em área e produção. A normalização da oferta começará em janeiro”, avalia Gil Parabach, analista da consultoria Safras e Mercado.

Fonte: PEGN

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